“Cada dia uma surpresa nova”, diz prefeito de Ladário sobre auditoria
Auditoria apontou um total de R$ 36 milhões em irregularidades apuradas; confira o detalhamento

Prefeito aponta para pilha de papéis e documentos que analisou durante auditoria (Foto: Instagram)
A administração municipal de Ladário, sob a liderança do prefeito Munir Sadeq Ramunieh (PSDB), iniciou uma profunda reestruturação com o objetivo de corrigir as falhas administrativas e financeiras que estavam comprometendo o funcionamento da cidade.
A “abertura da caixa preta”, como foi chamada pelo prefeito, revelou números alarmantes sobre a situação fiscal e administrativa do município. “Cada dia uma surpresa nova”, desabafou o prefeito
A auditoria apontou um total de R$ 36 milhões em irregularidades apuradas, sendo que R$ 19 milhões estão empenhados, liquidados e não pagos, enquanto R$ 10 milhões são de dívidas de contas de água. Além disso, a prefeitura enfrenta débitos com a Energisa no valor de R$ 1 milhão e outros R$ 7 milhões relacionados a processos ajuizados.
A situação é ainda mais grave quando se considera que R$ 4 milhões foram identificados como recursos de revelia, referentes a processos judiciais que foram julgados sem a manifestação da prefeitura.
Em relação a projetos de infraestrutura, mais de R$ 25 milhões foram perdidos por falta de documentação básica, como licenças ambientais e projetos executivos, como é o caso da Orla Portuária de Ladário, um projeto lançado há 11 anos, mas que só tinha R$ 5 milhões em conta para sua execução. O prefeito anunciou que o projeto será refeito e que o novo prazo para a obra será de 120 dias.
Com relação aos compromissos financeiros, a administração de Munir Sadeq Ramunieh tem tomado medidas emergenciais. O prefeito informou que foi estabelecida uma parceria com a Sanesul para renegociar as dívidas de contratos com fornecedores, e que a maioria dos credores está atendendo aos pedidos de novos prazos.
Um dos maiores desafios da gestão é a regularização dos salários de funcionários municipais, sendo que a atual administração herdou uma dívida de salários atrasados que atinge 220 funcionários da área de habitação, 28 da saúde, além de 88 estagiários e 50 “elos” (terceirizados).
A situação das farmácias municipais também é crítica, com a escassez de medicamentos. Munir Sadeq garantiu que a gestão tomará providências para normalizar o fornecimento de remédios e também trabalhará para garantir que itens essenciais como uniformes escolares, kits pedagógicos e materiais de ensino estejam disponíveis para os alunos da rede municipal, utilizando, para isso, recursos de compensação de recursos minerais.
Outro ponto destacado pelo prefeito foi a situação da limpeza pública da cidade. Devido ao surto de dengue e outros problemas de saúde pública, será aberta uma licitação emergencial para a contratação de serviços de limpeza, uma medida essencial para garantir a segurança e bem-estar da população.
Apesar dos desafios, Munir Sadeq Ramunieh foi enfático ao afirmar que a administração está comprometida com a reorganização e, nos próximos 100 dias de governo, apresentará um parecer detalhado sobre o que será feito para reverter a crise financeira e administrativa do município.
Ele tranquilizou a população, afirmando que em seis meses a cidade estará “em ordem”, destacando que a prioridade será garantir que os serviços essenciais não faltem à população e que os recursos públicos sejam utilizados de maneira responsável e transparente.
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